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Governo envia novas equipes de socorro à Terra Indígena Yanomami


Eles começam a chegar a Roraima neste domingo


Nova comitiva com representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) chega à região Yanomami na próxima segunda-feira(6). Ela dará continuidade ao trabalho, da comitiva anterior, de coletar informações e diagnósticos sobre a tragédia humanitária em territórios indígenas em Roraima. Estão agendadas, ainda na segunda-feira, visitas à Casa de Saúde Indígena (Casai), ao hospital da Criança e do Sistema Único de Saúde (SUS), além do Hospital Geral de Roraima (HGR). Na terça-feira (7), estão previstas visitas a aldeias que integram o território Yanomami, em Surucucu, com o mesmo objetivo.


Desde o dia 27 de janeiro o MDHC instituiu o Gabinete de Enfrentamento à Crise Humanitária em território Yanomami. A iniciativa emergencial faz parte das ações prioritárias para o enfrentamento às violações de direitos reveladas na região de Boa Vista (RR). Objetivo é propor medidas urgentes para o contingenciamento da crise e a formulação de um plano de ações de médio e longo prazo.


Saúde

Em outra ação, grupos profissionais voluntários desembarcam em Roraima neste domingo(5). São ao todo, 40 profissionais — entre nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros - habilitados no programa do Ministério da Saúde. Eles vão compor nove equipes multidisciplinares focadas nos atendimentos prestados na Casa de Saúde Indígena (Casai) e percorrer três polos de atendimento de saúde nos territórios indígenas de Auaris, Surucucu e Missão Catrimani na busca ativa de pacientes.


Para isso, os profissionais vão passar por treinamentos específicos para socorrer casos de desnutrição e malária. “Com a dificuldade de deslocamento nas regiões, muitas vezes, os doentes só procuram atendimento em estágio muito grave, o que aumenta o risco de óbitos”, explica a coordenadora do Centro de Operações Emergenciais (COE) - Yanomami, Ana Lúcia Pontes que também é médica sanitarista e pesquisadora da Fiocruz.


O número de casos de malária registrados nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas ( Dseis), que em 2018 era de seis mil, saltou, atualmente, para cerca de 20 mil. Para Ana Lúcia, esse cenário afeta, principalmente, crianças menores de 9 anos e gestantes. “Cerca de 50% das crianças têm desnutrição moderada e grave. No caso das gestantes, o dado é de mais de 40%, entre as que fizeram algum tipo de acompanhamento. Os números são críticos, sendo que os dados de mortalidade mostram que as principais causas são de doenças diarréicas, respiratórias e malária, ou seja, quadros que podem ser evitados”, avaliou.


COE

O trabalho desse grupo de voluntários que faz parte da Força Nacional do SUS terá a duração média de 14 dias sob articulação e planejamento do Centro de Operações Emergenciais (COE). Instituído pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) é composto pela Defesa civil; Casa Civil da Presidência da República, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério do Desenvolvimento Social e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


Além dos voluntários, o COE também coordena a distribuição de alimentos, a reposição de insumos de saúde e o envio de estruturas móveis de internet que vão melhorar a comunicação com os polos de saúde. Durante os atendimentos, os pacientes em situação mais grave são encaminhadas para os hospitais de referência.


Créditos: Agência Brasil foto: Fernando Frazão


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